Alagoas é o estado que possui maior diferença de risco entre negros e brancos quando se fala em homicídios. Segundo o Atlas da Violência 2018 [produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública], a taxa de negros vítimas de homicídios em Alagoas é a terceira maior do país (69,7%).
Conforme o levantamento, uma das principais facetas da desigualdade racial no país são os assassinatos de pessoas negras. “Quando calculadas dentro de grupos populacionais de negros (pretos e pardos) e não negros (brancos, amarelos e indígenas), as taxas de homicídio revelam a magnitude da desigualdade”, aponta a pesquisa.
O estudo [de 2006-2016] mostrou que o caso de Alagoas é “especialmente interessante”, pois o estado tem a maior taxa de homicídios de negros e a menor taxa de homicídios de não negros do Brasil (4,1%).
A pesquisa também enfatizou que é como se os negros alagoanos vivessem nos Estados Unidos, que em 2016 registrou uma taxa de 5,3 homicídios para cada 100 mil habitantes, e os negros alagoanos vivessem em El Salvador, cuja taxa de homicídios alcançou 60,1 por 100 mil habitantes em 2017.
Jovem do sexo masculino morre mais
Outro ponto relevante da pesquisa é quando se observa o perfil do jovem do sexo masculino em Alagoas. Os homens representam, no Brasil, 94,6% das vítimas jovens. Assim, a taxa média de homicídios de jovens homens no Brasil salta para 122,6 por grupo de 100 mil.
Quando se fala em assassinatos de jovens [do sexo masculino] Sergipe possui a taxa mais elevada (280,6%); seguido por Alagoas, Rio Grande do Norte, Bahia e Pernambuco, estados que apresentaram taxas superiores a 200 jovens homens mortos por grupo de 100 mil em 2016.
Estado violento
Ainda conforme o estudo, ao ser acompanhado a evolução dos homicídios no país, os dados mostram que a situação é mais grave nos estados do Nordeste e Norte. Dos sete estados com maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes, em 2016, Alagoas ocupava o segundo lugar (54,2) perdendo apenas para Sergipe (64,7).