Gerson Conrad está cheio de planos para 2018. Eternamente reverenciado pelo trabalho nos Secos e Molhados, ele mantém um show com releituras da antiga banda e acaba de gravar um novo CD solo, o primeiro depois de 37 anos longe dos estúdios.
Nos anos 70, o cantor e compositor integrou, ao lado de Ney Matogrosso e João Ricardo, os Secos e Molhados. O grupo paulistano fez um sucesso meteórico, mas durou apenas dois discos com essa formação (73 e 74). Após brigas entre os integrantes, Ney e Gerson abandonaram o trio e João seguiu sozinho com o nome da banda. Do outro lado, os dissidentes prosseguiram cada qual em carreira solo. Ney, como é de conhecimento geral, se transformou em um dos maiores nomes da MPB. Gerson gravou dois discos, sendo um deles com a atriz Zezé Motta nos vocais, mas ficou desanimado com o mercado fonográfico.
— Durante os anos 80, eu praticamente sai do cenário artístico por vontade própria. E, apesar de ter gravado discos solo após os Secos, a expectativa de mercado me deu uma boa “broxada”. As coisas não estavam correndo muito bem como eu queria. Então, eu fui sobreviver como arquiteto, pois já era formado antes de ser artista.
Duas décadas depois, Gerson acabou sendo “empurrado” para o palco através de novos fãs de Secos e Molhados, que faziam tributos ao grupo e pediam a volta do trio pelas redes sociais.
— Para se ter uma ideia de como isso cresceu durante esse tempo, meus shows recentes trazem uma plateia com metade de público jovem. Isso é muito emocionante e faz a gente rejuvenecer.