Um homem foi preso na manhã do último sábado (18), no município de Arapiraca, acusado de tentativa de roubo. O fato aconteceu em uma praça localizada no bairro Primavera, quando o acusado se aproximou da vítima e tentou roubar uma motocicleta Honda CG 160 Titan.
De acordo com a Polícia Militar, que foi acionada para a ocorrência, após praticar o roubo, o suspeito não conseguiu sair com a motocicleta, sendo contido pelas pessoas que se encontravam na praça e acabaram desferindo golpes contra ele.
Com o suspeito, foram encontrados uma faca e um frasco de Clonazepam, medicamento indicado para o tratamento de diversos tipos de crises epilépticas. O material foi apreendido.
Depois de detido, o suspeito foi conduzido pelos militares até a Unidade de Emergência do Agreste, para receber atendimento médico. Após ser medicado e liberado pela equipe médica, ele foi conduzido à Central de Polícia de Arapiraca.
O que pouca gente sabia, e que a nossa reportagem levantou com exclusividade, é que o homem preso se chama Wallaph Magno Almeida de Souza, e que foi tido como um dos suspeitos de matar um professor identificado como Vandiele Araújo, crime ocorrido na manhã do dia 30 de agosto de 2019, na residência do professor, em Arapiraca.
Além desse crime, o rapaz também era acusado de matar o próprio enteado de 7 meses de vida, também em Arapiraca.
Relembre o caso do professor e as investigações
O Delegado Everton Gonçalves, delegado regional da 4ª DRP, apresentou nesta terça-feira (01/10/2019) o segundo suspeito de matar o professor Vandiele Araújo, crime ocorrido na manhã do último dia 30 de agosto, na residência do professor. Cleber José de Souza Braga Junior foi preso pela polícia do estado de São Paulo no último dia 18/09, na cidade de Praia Grande, e chegou a Alagoas na noite desta segunda-feira (30/09).
Naquele dia, em coletiva realizada na sede da 4ª DRP, Cleber novamente negou ter sido o autor dos golpes de faca que vitimaram fatalmente o professor, acusando o outro suspeito, Wallaph Magno Almeida de Souza, de ser o autor material do crime. Ele disse ainda que fugiu de Alagoas por ter recebido ameaças de Wallaph, e porque seria o mais prejudicado com a situação, por já responder processo por tráfico de drogas.
O suspeito afirmou ainda que seu interesse em Vandiele era unicamente o de instalar algumas câmeras de segurança em sua residência. “A gente estava conversando com o Walaph sobre instalar câmera. Até nisso eu estava conversando com o professor para instalar câmera na casa dele no fundo e na frente da casa”, disse.
Segundo Cleber, ambos estavam bebendo na residência do professor desde a madrugada, quando se dirigiu para o banheiro tomar banho; ao voltar, encontrou Wallaph com o braço no pescoço de Vandiele, e logo após teve a faca enfiada no pescoço duas vezes. “O Wallaph estava agarrado no pescoço do professor e tinha um furo na barriga, lado esquerdo. O professor inchando, sem fôlego e falando ‘Eu tenho dois filhos para criar, não me mate não’. O Wallaph olhou para minha cara e deu uma facada no pescoço dele, tirou a faca e botou de novo”, afirmou.
Cleber entrou em contradição ao afirmar a motivação do crime. Em entrevista quando foi preso em São Paulo, em 18/09/2019, ele havia afirmado que Wallaph matou o professor por conta de um assédio que teria sofrido enquanto bebiam na sua casa.
O acusado disse ainda que Wallaph o teria ameaçado de morte, caso fosse entregue por ele. “Ele me ameaçou de morte, falou que se eu entregasse ele, ele me mataria e saiu no carro. Esse foi o último contato que a gente teve, daí não nos falamos mais não e fui para São Paulo. Tinha umas conversas que ele tinha família Polícia Civil e estavam querendo me pegar, porque a primeira foto a ser divulgada foi a minha e não a dele e fui para São Paulo”, disse.
Naquela ocasião, o O delegado Everton Gonçalves afirmou que, com a riqueza de detalhes nas informações prestadas por Cleber, e como havia contradição entre as versões dos dois acusados, o inquérito tornou-se um pouco mais complexo.
“Com esse tanto de divergência entre os acusados, tendo em vista que nós não temos testemunhas oculares do que ocorreu, é algo que nos demanda um pouquinho mais de trabalho para tentar realmente esclarecer quem fez o que. O Walleph apontou o Cléber como autor das facadas e consequentemente como autor do homicídio”, reforçou o delegado.
Ele disse ainda que provavelmente haverá uma acareação entre os dois acusados, bem como uma reconstituição do crime. “Há algumas diligências por fazer, aguardo o resultado de alguns laudos periciais que vai nos dizer um pouco mais o que realmente aconteceu e muito possivelmente os suspeitos serão acareados para tentar esclarecer esses pontos de divergência e eu não descarto também a reprodução simulada dos fatos”, afirmou.
Everton afirmou também que já pediu, por duas vezes, a prisão de Wallaph Magno para a conclusão do inquérito, mas ambas foram negadas pelo juiz da 8ª Vara Criminal de Arapiraca, Dr Geneir Marques de Carvalho Filho.
Atualmente, Wallaph Magno Almeida de Souza estava em liberdade, tendo já respondido por outros delitos. Ele foi visitado na Central de Flagrantes de Arapiraca, onde pessoas próximas informaram da luta para tentar recuperar o rapaz.
