
O Tribunal do Júri da 8ª Vara Criminal da Capital decidiu pela condenação dos irmãos José Anselmo Cavalcanti de Melo, conhecido como Preto Boiadeiro e José Márcio Cavalcanti de Melo, o Baixinho Boiadeiro, além de Thiago Ferreira dos Santos, vulgo “Pé de Ferro”. Eles foram acusados pelos assassinatos de Samuel Theomar Bezerra Cavalcante e do sargento reformado da Polícia Militar, Edvaldo Joaquim de Matos, crimes ocorridos na cidade de Batalha, em 2006.
Os irmãos Boiadeiro foram condenados, respectivamente, a 58 anos e quatro meses e 45 anos e 10 meses de prisão. Pé de Ferro, por sua vez, a 58 anos e quatro meses de reclusão.
As sentenças foram proferidas pelo juiz John Silas, após os jurados decidirem pelas condenações, já na madrugada desta terça-feira (5). Os trabalhos de acusação foram feitos pelo promotor Villas Bôas e pelas assistentes Júlia Nunes e Janine Nunes. Já a defesa ficou com o advogado Raimundo Palmeira, que ainda tentou imputar os crimes a Emanuel Boiadeiro, irmão dos acusados e que também teria participado dos assassinatos, segundo o inquérito policial e o Ministério Público. Ele morreu recentemente durante uma troca de tiros em operação da polícia.
No julgamento, uma das principais testemunhas de acusação, Theobaldo Cavalcante, que é irmão da atual prefeita de Batalha, Marina Dantas, e que estava com as vítimas no momento do crime, contou ao tribunal que, no dia da ocorrência, uma mulher identificada com Karen estava bebendo com os irmãos Boiadeiro e teria ido até um bar onde estava Marina Dantas e iniciado uma discussão. Ele disse que partiu para cima da mulher, mas teria sido contido por outra pessoa que estava no local. Neste momento, conforme o depoente, Baixinho Boiadeiro teria entrado no bar e acalmado os ânimos.
Em seguida, após pagarem a conta e deixarem o bar, assegurou a testemunha, ‘Manuel Boiadeiro” teria surgido e atirado contra a caminhonete em que estavam as vítimas, incluindo Theobaldo. Ele revelou que Samuel, mesmo ferido, conseguiu fugir, mas acabou colidindo com o veículo mais à frente, quando o autor dos tiros continuou com os disparos, matando Samuel e Edvaldo Joaquim. Ele apontou os três acusados como executores dos crimes e contribuiu para que os jurados decidem pelas condenações do réus.
