
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou neste domingo (21) através das redes sociais que desistiu da candidatura à reeleição. Ainda assim, ele disse que cumprirá o restante de seu mandato.
É a primeira vez que um presidente dos EUA desiste de uma corrida de reeleição em décadas. É também o mais recente acontecimento em uma campanha política tensa, que inclui a tentativa de assassinato contra Donald Trump.
Biden estava enfrentando pressão entre os democratas do Congresso, que estavam cada vez mais convencidos de que uma derrota na votação marcada para 5 de novembro também impactará suas disputas eleitorais.
Em uma publicação momentos depois de divulgar a carta sobre a desistência, Joe Biden disse que apoia a candidatura de Kamala Harris à Presidência dos Estados Unidos.
“Minha primeira decisão como candidato do partido em 2020 foi escolher Kamala Harris como minha vice-presidente. E foi a melhor decisão que tomei”, pontuou.
Logo após saber da desistência, Donald Trump, candidato republicano, disse em sua conta no Truth Social que Biden “não estava apto para concorrer à presidência”.
O ex-presidente Barack Obama também se manifestou sobre o caso. Em um comunicado publicado na plataforma Medium, o democrata classificou Biden como “um patriota da mais alta ordem”. Biden foi vice-presidente na gestão Obama entre 2009 e 2017.
O O presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Mike Johnson, disse em publicação no X, que “se Biden não está apto para disputar a Presidência, ele não está apto para servir como presidente“.
A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.
Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.
No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.
Biden foi diagnosticado com Covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura.
Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”. A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.
O Partido Democrata ainda não anunciou quem vai ser o novo candidato para disputar a eleição contra Trump.
Fonte: g1

