
A jovem Joyce da Silva Alves, de 22 anos, foi torturada, estuprada e assassinada com requintes de crueldade no domingo (10) porque os acusados – integrantes de uma facção criminosa – desconfiaram que a vítima pertencia a uma facção rival.
A informação foi repassada pelo secretário estadual de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, durante uma coletiva à imprensa na tarde desta terça-feira (12).
Clécio Gomes foi quem revelou a polícia o local onde o crime aconteceu.
Um homem identificado como Severino José da Silva Filho, de 38 anos, foi autuado por receptação dolosa, por comprar – de um dos menores envolvidos – o celular roubado da vítima.
“A vítima foi torturada durante toda a manhã de domingo, até por volta das 14h, e morta por todos eles. Lady Laura cortou os cabelos de Joyce com um estilete e um dos menores a estuprou. Depois caminharam por duas horas até o local, de dificílimo acesso, onde aconteceu a execução, que deixou a cabeça e o rosto dela praticamente desfigurados”, explicou o delegado Thiago Prado.
Joyce foi morta a golpes de madeira e ainda cravaram uma estaca no rosto dela.
O caso
Segundo o secretário, Joyce estava em uma festa pública com Maria Mariá quando foram para outra festa, na casa de um dos menores, no Conjunto Village Campestre II. Quando o dono da casa fez um símbolo com o número três, ela respondeu com o dois, levando-o a acreditar que ela pertencia à facção rival.
Conforme o delegado Thiago Prado, Joyce fez o gesto da facção após a provocação do menor. “O menor fez um gesto, com as mãos, de uma facção dos criminosos, e Joyce respondeu com o símbolo do grupo rival. A vítima estava comemorando e bebendo junto com os criminosos, e fez o sinal por pura inocência”, contou.
Segundo a polícia, este menor foi também o autor intelectual da tortura e do homicídio da jovem, que era apenas usuária de drogas, não integrando nenhuma facção. Joyce tinha uma filha de cinco anos e morava com a mãe e a avó.
Na casa do menor foram encontradas bitucas de cigarro e bebidas. Além disso, a casa servia como ponto de comercialização de drogas.
“O Corpo de Bombeiros precisou ser acionado para resgatar o cadáver. As facções estão buscando meios de dificultar as investigações da polícia, mas o combate a essas facções vem sendo maior e não vai recuar em Alagoas”, completou Lima Júnior. O corpo foi encontrado em um local de difícil acesso, na área rural do Village Campestre II.
O delegado Fábio Costa, coordenador da Deic, reforçou que, segundo as investigações policiais, a jovem não tinha envolvimento com facções e fez o símbolo por ingenuidade.
“Isso é um absurdo, seis homens torturando uma menina de 22 anos. Mas esses criminosos não têm força no Estado. A SSP está preparada e nós não temos medo deles. Ou eles saem do estado ou caem, primeiro eles serão presos, mas se reagirem, irão cair. A segurança está integrada”, completou o delegado Paulo Cerqueira.
