
Em entrevista coletiva, realizada no final da manhã desta sexta-feira, 16, o delegado João Paulo Canuto, que investiga o quintúplo homicídio ocorrido no dia de ontem (15), em Estrela de Alagoas, revelou detalhes sobre o inquérito policial. Um dos fatos informados por ele é de que este não é o primeiro crime cometido pelo suspeito.
Segundo o delegado, o homem, preso confessou a chacina e disse que a sua ida até a casa teria sido motivado por ciúmes de sua companheira, irmã da dona da casa e que foi uma das vítimas mortas. Ele contou que havia pedido para a mulher não voltar ao local pois não gostava das pessoas daquele grupo. A pesar dessa fala dele, testemunhas disseram que o casal costumava frequentar o local para costumeiras bebedeiras.
A investigação apontou ainda que ele tinha um ciúme exagerado da companheira, principalmente em relação a um dos homens mortos, que era também primo dela e que já havia sido ameaçado por ele anteriormente. Foi também o ciúme que teria ocasionado uma tentativa de feminicídio contra a mulher, em maio de 2024, quando ela foi esfaqueada na perna por ele. Contudo, mesmo com a formalização da queixa, eles retomaram o relacionamento. ESSA INFORMAÇÃO FOI TRAZIDA ANTES DA COLETIVA, ONDE O CHEFE DE OPERAÇÕES DE ESTRELA DE ALAGOAS, FALOU AO RADIALISTA MITCHEL TORQUATO, DA NOVA FM 92.5 E DO CANAL DETALHE DA NOTÍCIA, LOGO QUE O HOMEM FOI PRESO
Segundo a polícia, o homem alegou ainda que se escondeu no mato durante toda a noite e andou a esmo, até ser capturado nas proximidades da Serra das Pias, indo em direção ao estado de Pernambuco. Ele contou que seu objetivo era achar um advogado e depois se apresentar às autoridades.
O homem ainda tentou justificar o crime como legítima defesa. Ele disse que sua esposa ligou para que ele fosse buscá-lo, mas ao chegar ele teria sido atacado por todo o grupo e ferido com uma faca e que só depois disso partiu para cima das vítimas, vindo a matá-las. O delegado, no entanto, é catagórico ao dizer que a versão não faz sentido. A informação de que ele estava ferido, também foi passada antes da coletiva de imprensa, já que antes da coletiva, a nossa reportagem esteve acompanhando o exato momento em que o homem era levado até uma unidade médica, para receber atendimento.
O homem de fato tinha um ferimento na perna, mas inicialmente a investigação aponta para o fato de que algumas das vítimas terem sido surpreendidas enquanto dormiam, visto que estavam em camas ou colchões, enquanto as outras estariam embriagadas de mais para manter um embate justo com o agressor. Eles estariam bebendo no local desde a noite da quarta-feira (14). A dinâmica dos fatos, porém, só poderão ser estabelecidas pela Polícia Científica.
“Ele admitiu ter praticado os homicídios, mas alegou a tese de que teria sido em legítima defesa. Disse que quando chegou lá para pegar a mulher dele, que tinha ligado para ele, um dos homens não gostou e teria dado uma facada nele, e ele teria revidado. Mas essa tese, convenhamos, não tem a mínima sustentação dos fatos. Ele disse que todos que estavam na residência se juntaram para atacá-lo. Contudo, a disposição dos corpos das vítimas mostra o contrário. Três homens estavam em um quarto, um estava em outro cômodo e uma mulher estava próxima à cozinha, em outro local da casa. O que desmantela qualquer tese de legítima defesa por parte do autor”, explicou o delegado.
Enquanto a arma do crime, o autor teria contado que usou um punhal e se desfez dele, sem especificar como. Nem esta arma, nem a faca usada por um das vítimas foram encontradas até o momento.
O autor teria dito também que a companheira estava no local no momento do crime, mas que saiu correndo em direção a casa de parentes para pedir ajuda. A mulher, no entanto, disse que havia saído e quando chegou se deparou com todos mortos e então correu tentando conseguir socorro.
As vítimas foram identificadas como José Rodrigues Machado Filho, de 73 anos; Lice Souza da Silva, de 53 anos; Maria Elizete do Carmo, de 56 anos; João José da Silva, de 56 anos; e José Carlos da Silva, de 53 anos.
